sexta-feira, 20 de julho de 2012

Autarcas do PS recusam informar e debater


Os autarcas do PS na Câmara Municipal impuseram, através da sua maioria, a votação de uma tomada de posição / deliberação sobre a aplicação da Lei n.º 22/2012, sobre o regime jurídico da reorganização administrativa territorial autárquica, que não estava prevista na ordem de trabalhos.
A informação disponibilizada, na ordem de trabalhos, aos vereadores da oposição foi apenas e só a tomada de conhecimento do teor da deliberação da Assembleia Municipal.
No entanto, em reunião, realizada hoje, quinta-feira, foram confrontados com um documento que visava “manifestar a sua total solidariedade com a posição dos senhores presidentes da totalidade das Juntas de freguesia do concelho”, “solidarizar-se com a ANMP e com a ANAFRE” e “defender a manutenção das dezassete freguesias” do concelho.
Aliás, o executivo já tinha aprovado, em 15 de Dezembro de 2011, uma idêntica posição e que depois foi aprovada na Assembleia Municipal, em 30 de Dezembro.
No entanto, e não estando em causa o objetivo final da manutenção de todas as freguesias, todos: autarcas, entidades e população, devem conhecer as disposições legais e como as mesmas serão aplicadas.
O PSD propôs, no âmbito da preparação das Grandes Opções do Plano para 2012 e nas discussões havidas nos órgãos autárquicos, que a autarquia promovesse um amplo debate sobre esta matéria, para que fossem encontradas soluções que satisfizessem os interesses do concelho e dos cabeceirenses.
Até porque não será possível ignorar e ficar imune a uma reforma que por um lado se impõe e por outro se encontra legislada.
Mas o mais grave de toda esta situação é o facto de, quer na Câmara Municipal, quer na Assembleia Municipal, os autarcas do PS rejeitarem discutir o assunto, impedirem o esclarecimento e até apresentarem publicamente argumentos ou situações que não têm qualquer fundamento legal.
Esta atitude, a ser seguida até ao fim, trará graves prejuízos para o concelho e para os cabeceirenses.
Se esta atitude servir apenas como pretexto para que o PS aplique a reforma exclusivamente de acordo com a sua estratégia eleitoral, será ainda pior.
Enquanto o PS diz defender as dezassete freguesias do concelho, vai indicando, nos documentos que aprova, as freguesias de Gondiães, Passos, Vila Nune e Vilar de Cunhas como potenciais juntas a agrupar.
Ora, nada na Lei em vigor determina e obriga a esta escolha.
Cabe exclusivamente à Assembleia Municipal deliberar sobre este processo, com total liberdade de escolha.
O PSD recusa uma política autista, que não informa, que não discute seriamente o assunto, que invoca falsos argumentos.
Defendemos quer na Câmara, quer na Assembleia Municipal a necessidade de esclarecer, de dialogar e de consensualizar posições.
Numa matéria de tamanha responsabilidade para o futuro, não é possível a qualquer força política, mesmo que maioritária, assumir unilateralmente uma decisão.
Veja-se por exemplo o que aconteceu em Lisboa, onde todos os partidos consensualizaram a decisão e a reorganização do seu território.
Por estas razões, os vereadores do PSD apresentaram a seguinte declaração de voto.
Foi apresentado pelos Srs. Vereadores do Partido Socialista uma deliberação/tomada de posição sobre a Lei n.º 22/2012, de 30 de maio, que aprova o regime jurídico de reorganização administrativa territorial autárquica.
 Esta deliberação não constava da Ordem de Trabalhos.
Na sua alínea e) é indicado que a Lei prevê a extinção das freguesias de Gondiães, Passos, Vila Nune e Vilar de Cunhas, por não terem mais de 500 habitantes.
Os Vereadores da coligação “Pela Nossa Terra”, embora não querendo discutir os diversos artigos da Lei na sua vertente técnica, não conseguem perceber este entendimento apresentado na deliberação, pois no seu entendimento nada obriga a que sejam agregadas freguesias com menos de 500 habitantes.
Mais uma vez se verifica que esta Lei não deveria ser discutida no âmbito autárquico, mas também alargada à sociedade civil, conforme já solicitado em declaração de voto dos Vereadores eleitos pela coligação “Pela Nossa Terra”, em reunião da Câmara Municipal de Dezembro de 2011.
Deste modo os Vereadores da coligação “Pela Nossa Terra” solicitam um amplo debate desta Lei, com a presença de técnicos dos serviços centrais do Estado, para cabal esclarecimento desta Lei e suas consequências, abstendo-se na votação desta deliberação.”

Cabeceiras de Basto, 19 de Julho de 2012
Gabinete de Comunicação da Secção do PSD

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