À medida que as taxas de recolha do lixo vão aumentando, os serviços vão diminuindo.
Por todo o concelho há reclamações e a situação, a continuar assim, no verão, constituirá um verdadeiro problema de saúde pública.
Segue a intervenção feita:
Ao longo dos últimos tempos, a
Câmara tem vindo a justificar o aumento do custo dos serviços, aquando da
apreciação do regulamento das taxas municipais, com a relação entre o valor das
referidas taxas com o custo real do serviço prestado.
Já questionámos a fórmula como se
apura o custo real do serviço prestado, já que a qualidade e eficiência dos
serviços podem aumentar ou diminuir o respectivo custo, razão pela qual o valor
da taxa pode ser ou não o ajustado.
Porém, como tão bem é sabido e
agora expresso de forma clara nos resultados da Conta de Gerência apresentada,
os Cabeceirenses pagaram, no ano passado, muito mais pelos serviços de que
usufruíram por parte da Câmara.
Nessas circunstâncias está a
recolha de resíduos sólidos.
Registamos que, em 2011, comparativamente
ao ano antecedente, a Câmara recebeu mais 75 mil euros, o que corresponde a um
aumento de 41%, e ainda tem para receber mais 9 mil euros que ficaram por
cobrar.
Ora se os preços se ajustaram ao
serviço prestado, é também a hora de lembrar à Câmara Municipal que tem de
ajustar o serviço às taxas que cobra.
E o que nós hoje vemos é que a
Câmara em vez de melhorar o serviço prestado, bem pelo contrário, o tem vindo a
piorar.
Andando pelo concelho, o que vemos
é os depósitos cheios e a transbordar, é ouvir as reclamações dos Cabeceirenses
quanto ao número de recolhas efectuadas, é até as reclamações que surgem quanto
ao pagamento de recolha de lixo onde não é realizada.
Aceitamos, por princípio, que os
serviços prestados sejam pagos, a um preço justo.
Defendemos o princípio do
utilizador / pagador.
Mas somos absolutamente contra a
espoliação do cidadão, cobrando-lhe caro por um serviço deficiente.
A recolha dos resíduos sólidos é
hoje uma prática que deve assegurar também a saúde pública e uma política
ambiental sustentada.
Ao não ser executada de forma
adequada, constitui também um problema que extravasa a relação comercial de
custo / benefício, que vai para além da qualidade do serviço prestado. É uma
questão de qualidade de vida.
Nos tempos que vivemos, ouvimos
muitas críticas quanto a esta questão.
Exige-se uma rápida e adequada
alteração da recolha de resíduos sólidos, que salvaguarde os Cabeceirenses e
que adeqúe o custo à qualidade do serviço prestado.
Nem se compreende de outro modo,
até porque para a realização desta função a Câmara Municipal aumentou
directamente os seus proveitos.
Ou será que as verbas desta
actividade estão a sustentar outros encargos?
Nesse caso chegaríamos à conclusão
de que as taxas aprovadas foram artificialmente agravadas.
Os Cabeceirenses merecem ser tratados com dignidade.
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