terça-feira, 20 de dezembro de 2011

A política do “contra”!

O PS no Governo solicitou o auxílio da troika e com ela celebrou um Memorando de Entendimento, que assinou, em Maio de 2011, e para o qual teve o apoio do PSD e do CDS.

Nos pontos 3.41, 3.42 e 3.44, ficou consignada a necessidade de se efetuar a Reforma da Administração do Poder Local.

Para se evitar uma reorganização sem a auscultação e intervenção das Autarquias, populações e diversas entidades Concelhias, apresentou o actual Governo, nos últimos dias de Setembro de 2011, um Documento Verde da Reforma da Administração Local, versando quatro aspetos:

  • Sector Empresarial Local: reanálise, com vista à diminuição das actuais Empresas Municipais e Intermunicipais, essencialmente as que não são autossustentáveis; 
  • Organização do Território: com vista à aglomeração de Freguesias para obterem maior dimensão, escala e competências; 
  • Gestão Municipal, Intermunicipal e Financiamento: propondo um estudo sobre modelo de competências, financiamento e transferências de recursos, para aumento de eficiência e redução de custos; 
  • Democracia Local: apontando para a redução dos actuais órgãos locais, alteração da formação e composição dos Executivos, limitação dos membros de apoio aos executivos e alteração das competências das Assembleias Municipais e Freguesias. 

Volvidos alguns meses e quando o novo Governo tem de aplicar esta medida, eis que o PS está contra, aliás como em relação a todas as outras medidas que negociou, subscreveu e comprometeu-se a cumprir.

O PSD de Cabeceiras de Basto, conforme já foi divulgado, propôs que a Câmara Municipal assuma também a sua responsabilidade na discussão e na tomada de decisão sobre esta matéria.

A resposta veio rápida e direta. A maioria socialista apresentou e aprovou uma proposta de deliberação em que se manifesta “contra” a Reforma, como se isso resolvesse alguma coisa.

À necessidade de reestruturar a administração local, que todos reclamam, disse “contra”. À necessidade de uma nova lei das finanças locais, disse “contra”. À alteração da legislação eleitoral para as autarquias, disse “contra”. A uma nova legislação para o setor empresarial local, disse “contra”.

Quando urge aproximar ainda mais as Juntas das suas populações, quando é fundamental dotá-las de competências, mas também dos recursos próprios para as executar, sem depender do poder da Câmara, a maioria socialista disse “contra”.

E disse “contra” sem avançar uma única solução, sem uma única proposta para o processo de discussão sobre esta reforma que terá de estar concluída em meados do próximo ano.

O PSD exige que a Câmara assuma as suas responsabilidades. É da sua competência promover o debate, fazer os estudos, procurar os consensos (já que esta reforma nunca poderá ser feita nas costas dos cabeceirenses e muito menos contra eles) e apresentar uma proposta final sustentada.

O PSD desde logo se manifestou disponível para contribuir neste processo e não aceita que se diga que se está “contra”, só porque se está “contra”, e quando sabemos que estamos obrigados INTERNACIONALMENTE a cumprir um programa de reforma da administração do poder local, assumido pelo PS.

O PSD não aceita que este processo fique esquecido até ao último dia, para que nessa ocasião se venha a assumir uma qualquer proposta feita nas costas das populações e sem qualquer debate sério e consensual.

Esta é uma matéria para as gerações futuras e consequentemente impõe diálogo e consensos, coisas que não estão na forma de agir da gestão da nossa autarquia.

Esperemos que o PS, quer na reunião da Assembleia Municipal, quer na Câmara Municipal, venha a reconsiderar a sua posição, a favor do concelho e dos cabeceirenses, sob pena de, estando somente “contra”, nada fazer e ver depois o Governo, por imposição da troika, assumir uma decisão que pode não ser aquela que mais nos agrada.

Cabeceiras de Basto, 20 de Dezembro de 2011 

A Comissão Política de Secção do PSD


Ver declaração de voto apresentada na última reunião da Câmara Municipal:
http://psdcabeceiras.blogspot.com/2011/12/camara-esta-contra-reforma-do-poder.html

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