quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

ER 311, continuam os remendos!


O processo de reabilitação da ER 311, entre a sede do concelho e Lodeiro d’Arque, é um verdadeiro romance.
Tem partes que constituem a verdade e outras que são de verdadeira ficção.
Para os utentes, milhares de Cabeceirenses e não só, que a usam, é antes um filme de terror.
Comecemos pelo princípio, a Câmara Municipal abriu concurso para efetuar a recuperação daquela via, em Junho de 1996, sendo financiada pelas Estradas de Portugal. Contudo, e desde logo, começaram as trapalhadas.
De entre outras ficou célebre a atribuição de uma viatura de gama alta à Câmara, por parte do empreiteiro da obra. Depois, finalizada a obra, todos verificámos que faltavam valetas, aquedutos, o piso não era conforme o esperado, enfim a ER 311 ficou no estado em que está há já uma dúzia de anos.
Contudo, mesmo depois de um longo processo entre a Câmara e o empreiteiro, não foram apuradas as responsabilidades nem o assumir dos encargos pela correção do trabalho executado. Foi o projeto mal executado? Foi a obra mal fiscalizada? Não foram ativadas as garantias bancárias, prevista por Lei, ao empreiteiro? Ou pagam os munícipes? Onde estão os responsáveis?
No recente mês de agosto, a Câmara deliberou abrir um concurso internacional para a empreitada de requalificação daquela estrada, o que bem se torna necessário.
Para enorme espanto, na reunião do passado dia 17 de Novembro, três meses volvidos, os mesmos que propuseram e aprovaram a abertura daquele concurso vieram agora anulá-lo, com o argumento que não foi possível obter o financiamento dos fundos comunitários, que estavam à espera.
À boa maneira portuguesa, começaram a casa pelo telhado, construíram o castelo numa duna de areia. Pensa-se gastar cerca de cinco milhões de euros e não há o financiamento assegurado. Onde está o planeamento camarário, para evitar gastos supérfluos e extraordinários?
Em contrapartida vêm agora reconhecer que “é urgente uma intervenção em toda a extensão da ER 311” e se sugere que “algumas obras, tais como, a drenagem de águas pluviais, a limpeza e a construção de novos aquedutos, bem como, alguns alargamentos sejam executados por administração directa, através das brigadas municipais”. No futuro haverá novo concurso para as demais obras e para a repavimentação. Quando for aberto novo concurso público o que vai acontecer às obras entretanto realizadas? Se as brigadas municipais estão disponíveis para executar este trabalho, porque não o realizam na totalidade, mesmo que por fases?
O PSD sempre chamou a atenção para este processo. Desde a primeira hora que denunciou a forma como a obra decorreu e o resultado no final da empreitada.
Nestes 12 anos, milhares de viaturas e de pessoas tiveram de percorrer aqueles quilómetros em péssimas condições de segurança e de comodidade.
Como se costuma ouvir, todos sabem quando se entra nos limites do concelho: a ER 311 dá sinal.
Agora caberá aos Cabeceirenses pagar as reparações e continuar a esperar por melhores dias para ver retificado o piso.
Até lá, continuaremos com a ER 311 aos remendos!

Cabeceiras de Basto, 6 de Dezembro de 2011
A Comissão Política de Secção do PSD

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