quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Escola Básica e Secundária: Cabeceirenses vão pagar a fatura?


O jornal “Diário do Minho” trouxe a público algo que, há algum tempo, se constava entre os Cabeceirenses, a propósito do processo da empreitada de “substituição integral das instalações” da escola básica e secundária: “Ilegalidades em obra podem custar 4,3 milhões a Cabeceiras de Basto”.
Esta situação resulta da falta de Visto Prévio do Tribunal de Contas (TC) à empreitada da segunda fase das obras e que tinha por objetivo colmatar as falhas do projeto inicial, nomeadamente quanto aos equipamentos de segurança e prevenção de incêndios.
O TC verificou que não foram cumpridos os procedimentos legais aplicáveis e recusou o visto, promovendo também averiguações quanto ao processo da primeira fase.
Com tal decisão, o Programa Operacional Temático Valorização do Território (POVT), que coordena o financiamento comunitário deste tipo de obras, decidiu não comparticipar as obras da segunda fase, num valor estimado de um milhão e oitocentos mil euros. Ficando ainda em aberto a reanálise do processo da primeira fase, decorrente do resultado das averiguações a levar a efeito pelo TC e pelo Ministério Público, para onde foi enviado cópia do processo para eventual procedimento criminal, podendo então ascender a 4,3 milhões de euros o acréscimo do encargo municipal.
Os Vereadores do PSD votaram a favor, na Câmara Municipal, a abertura de concurso para esta obra, aliás como o fazem sempre quando está em causa a realização de obras no concelho.
No entanto, a responsabilidade pela elaboração dos processos e projetos, a sua execução e fiscalização é exclusiva da presidência e dos serviços municipais.
Mesmo assim, os Vereadores do PSD, quando tiveram de se pronunciar sobre o concurso das obras complementares, votaram contra e manifestaram reservas em declaração de voto, a qual até foi citada nas decisões do TC e do POVT.
O PSD tinha razão, mais uma vez, nas dúvidas que apresentou.
Hoje a Câmara Municipal está perante uma situação complexa. Realizou a obra, para a qual contava com financiamento avultado dos fundos comunitários, sendo que parte deles estão suspensos. Por outro lado, a Câmara não pode pagar despesas que o TC não vise, pelo que ou o empreiteiro estará sem receber ou a autarquia fez pagamentos ilegais.
De qualquer das formas, há aqui um excesso de despesa municipal que urge saber quem e como a vai pagar.
Será que os Cabeceirenses terão de abrir os cordões à bolsa para pagar os erros de gestão de quem não quis ouvir a voz da oposição?
Refira-se, também, que o Sr. Presidente da Câmara Municipal, ao longo de todo este processo, nunca deu qualquer informação, quer ao executivo, quer à Assembleia Municipal, sobre o decurso das obras, da correspondência trocada com qualquer das entidades envolvidas e muito menos das decisões do TC e do POVT. Regista-se apenas a informação escrita fornecida à Assembleia Municipal onde é referido: Processo n.º 1849/11.4BEBRG – Tribunal Administrativo e Fiscal de Braga – “Acção administrativa especial de impugnação intentada pela Câmara Municipal contra o acto de recusa de visto prévio vertido na decisão do Tribunal de Contas”, relativa à referida empreitada.
A informação que a Câmara agora disponibilizou não responde ao essencial das questões levantadas e procura envolver e responsabilizar o PSD, num processo do qual nunca lhe foi dado qualquer informação.
Assim e de forma a analisar todo este processo, os Vereadores do PSD apresentaram um requerimento ao Sr. Presidente da Câmara Municipal para que lhes faculte cópia de toda a correspondência trocada entre a autarquia, o Tribunal de Contas, o POVT, o Ministério da Educação, a DREN, os empreiteiros, o gabinete de arquitetura e qualquer outra entidade, nomeadamente o Ministério Público, sobre a obra de “substituição integral das instalações” da escola básica e secundária, quer respeitante à primeira como à segunda fase.
O PSD cumprirá o seu papel de garante da defesa dos interesses dos Cabeceirenses, exercendo o direito de oposição e o dever de fiscalização da atividade municipal.

Cabeceiras de Basto, 1 de Fevereiro de 2012

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