sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Deputados questionam POVT sobre a Escola Básica e Secundária de Cabeceiras

Os Deputados do PSD eleitos pelo círculo de Braga apresentaram hoje um requerimento ao POVT, através da Senhora Presidente da Assembleia da República, nos seguintes termos:


O Grupo Parlamentar do PSD questionou o Ministério da Educação sobre o processo de obras de remodelação da Escola Básica 2,3 de Cabeceiras de Basto, aludindo à notícia de que terão ocorrido irregularidades no concurso público para proceder a essas mesmas obras, nesse estabelecimento de ensino.

Tal como foi referido na Pergunta 1679/XI/2ª, «a obra terá sido adjudicada em Junho de 2009 à empresa Alberto Couto Alves, S. A. por ajuste directo e deveria ter sido concluída em Abril de 2010. Os prazos não foram cumpridos e os alunos continuam a estar instalados em contentores.

Os custos totais da obra estavam orçamentados em cerca de 4 milhões de euros, sendo que 2,8 milhões provêm de fundos comunitários, segundo consta de placa afixada no local.

Em Outubro de 2010, a Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto lançou um concurso público em Diário da República (anúncio de concurso urgente n.º 423/2010. DR 199 SÉRIE II de 2010-10-13) para uma empreitada denominada "Substituição Integral das Instalações da Escola Básica de Cabeceiras de Basto - Trabalhos Complementares” com um valor de preço base do procedimento de 3 milhões e 80 mil euros. O prazo de tal concurso foi de apenas 3 dias, o que não é normal para uma obra com este orçamento.

É igualmente de estranhar que uma empreitada que é inicialmente adjudicada por 4 milhões de euros, venha, 16 meses mais tarde, a sofrer trabalhos complementares no valor de 3 milhões e 80 mil euros, quase duplicando o custo total das obras.

Acresce que outras empresas se puseram a concurso dentro do prazo legal, fazendo-o através da plataforma de concursos públicos Vortal, não o conseguindo, porém, já que a referida plataforma indicava que as propostas se encontravam fora do prazo legal.

Existe também a informação de que parte dos trabalhos submetidos a concurso público já tinham sido efectuados à data do lançamento do mesmo pela empresa Alberto Couto Alves, S. A., o que por si só já levanta suspeitas.»

Questionado sobre esta situação, o Ministério da Educação respondeu e passando a citar:

«1. As razões técnicas ou financeiras que condicionaram o cumprimento do prazo para a conclusão das obras de construção/remodelação da EB 2,3 de Cabeceiras de Basto estão relacionadas com a necessidade de se efectuarem ajustamentos ao projecto. Com efeito, o projecto foi desenvolvido num período em que os aspectos relacionados com o sistema de aquecimento, ventilação e ar condicionado (AVAC) e com os sistemas de protecção de combate a incêndios, nomeadamente a desenfumagem, não estavam suficientemente contemplados a nível do projecto.

2. No que respeita aos restantes pedidos de esclarecimento apresentados, deveram os mesmos ser remetidos à Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto, entidade dona da obra e, como tal, responsável pela requalificação/remodelação da Escola Básica.»

Ora, acontece que surgem novas notícias de que o Tribunal de Contas terá detetado efetivamente ilegalidades graves no processo e que podem ser passíveis de eventual procedimento criminal. Nesta sequência, a Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto arrisca-se a perder o valor dos fundos comunitários destinados a esta empreitada.  

A fim de obter um esclarecimento cabal deste assunto, ao abrigo das disposições constitucionais e regimentais aplicáveis, os Deputados abaixo assinados vêm, através de Vossa Excelência, colocar as seguintes questões à equipa gestora do Programa Operacional de Valorização do Território::

1.       Têm conhecimento da situação acima descrita?

2.       Que comentários têm a fazer ao facto de se poder vir a perder os fundos comunitários atribuídos a esta empreitada?

3.       No caso de se verificar a perda de fundos comunitários, quem irá pagar esse montante?

4.   Face à gravidade desta situação, que diligências pretendem efetuar no sentido de esclarecer cabalmente todo o procedimento do concurso?

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