segunda-feira, 22 de abril de 2013

Cabeceirenses pagaram mais e dívida aumentou!

No passado dia 18 de Abril, a Assembleia Municipal analisou as Contas da Câmara Municipal de 2012.
Os deputados do PSD eleitos na lista da coligação "Pela Nossa Terra" votaram contra e apresentaram a seguinte 

DECLARAÇÃO DE VOTO


É absolutamente assumido que a Conta de Gerência cumpre os requisitos legais e as formalidades contabilísticas exigidas por lei, mesmo que tenhamos verificado desconformidades em alguns dados.
Os dados referentes a acréscimos e diferimentos, constantes do passivo da autarquia, continuam-nos a suscitar dúvidas. Mais ainda quando os seus valores cresceram cerca de 5 milhões de euros neste exercício, sinal inequívoco que se continua a gastar muito mais do que é possível.
E, obviamente, teremos de começar por afirmar claramente que, de acordo com os dados revelados, em 2012, a Câmara Municipal gastou mais do que o que recebeu (a receita total foi de 17.142.622,58 € e a despesa efetuada foi de 17.265.540,54 €, pelo que um saldo negativo de 122.917,96 €, ao que acresce 3.948.684,61 € de encargos por pagar, pelo que aumentou a dívida.
No entanto, são as questões de ordem política, que advêm das opções tomadas e da forma como é expressa a referida conta, o que merece o nosso reparo.
Assim, e numa análise mais específica, anota-se:
a)      Como positivo que a despesa corrente diminuiu, o que só vem provar que tínhamos razão quando criticámos o executivo de gastos excessivos em anos anteriores;
b)      Porém, também, a receita corrente diminuiu;
c)      A despesa de capital realizada cifrou-se apenas em 61% e a despesa total em 69%, do previsto;
d)      Não se compreende como a Dívida a Terceiros – curto prazo, mesmo diminuindo, continue a apresentar o valor de 3.314.032,61 € (conforme consta do mapa de balanço), quando, a autarquia assumiu compromissos no âmbito do programa “Pagar a Tempo e Horas”;
e)      Continuou-se a gastar muito mais do que o que seria esperado nas rubricas de serviços. Exemplos: comunicações (93 mil euros, ou seja 254 €/50 cts/dia), estudos e pareceres (150 mil euros, ou seja 409 €/81 cts/dia e mais 8% que em 2011), outros trabalhos especializados (275 mil euros, ou seja 751 €/150 cts/dia e mais 12% que em 2011), outros serviços (294 mil euros, ou seja 803 €/160 cts/dia e mais 9% que em 2011);
f)       Ou seja, por cada dia do ano, a Câmara gastou, só nestas rubricas de serviços, isto é despesa corrente, 2.217 €. Nem precisamos de converter os euros na moeda antiga (443 contos/dia) para ver a enormidade dos gastos que os Cabeceirenses têm de pagar em despesas correntes de serviços;
g)      Conforme prevíramos, a receita global ficou-se pela execução de 68,7% do orçado, sendo que a receita de capital só atingiu os 49,4%;
h)      Também do lado da despesa, mesmo com as habituais transferências de custos para as empresas municipais, as despesas correntes atingiram os 85,2% do previsto e a execução das despesas de capital não ultrapassou os 61,2%;
i)        Verifica-se o que sempre afirmámos, só para algumas Juntas de Freguesia, e sempre do PS, há transferência de verbas no âmbito de protocolos de cooperação (Cavez e Passos, que repetem do ano anterior, Painzela e Pedraça);
j)        Tal como se mantém a verificação de apoios discricionários e não sustentados na realidade, com a atribuição de apoios a algumas entidades;
k)      Os encargos com as funções sociais continuam a não ter expressão significativa na ação municipal, enquanto nas funções económicas e nomeadamente na área do turismo não foi investido nem um único cêntimo;
l)        E para terminar, analisemos o valor do passivo da autarquia. Regista o seguinte valor: 40.058.471,38 € / 8 milhões de contos. Isto é mais 2.999.782,72 € do que em 2011, o que corresponde a mais 8%. Sem a mais ténue dúvida, o passivo aumentou. A dívida aumentou.
Face a estes dados, não podemos votar a favor desta Conta de Gerência. Não pela sua componente técnica, mas pelo reflexo das opções políticas que a determinaram, as quais merecem a nossa clara oposição.
Ficou claro, como já tínhamos preanunciado que a Câmara Municipal continua a gastar muito mais do que o que pode e sobrecarrega os Cabeceirenses com mais taxas e impostos, conforme se verifica nos valores arrecadados com: resíduos sólidos (+22%), imposto de circulação (+20%), água (+9%) e taxas (+7%).

É pois perante esta orientação e prática políticas que estamos em desacordo e que entendemos exigir uma rápida e eficaz alteração, para a regularização financeira do município e para que os Cabeceirenses não venham no futuro a ser chamados a pagar ainda mais caro por estas medidas erradas e pelos resultados de uma gestão financeira desastrosa para o concelho e para os Cabeceirenses.

Pelo que os membros eleitos pela coligação “Pela Nossa Terra” votam contra.

Sem comentários:

Enviar um comentário