sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Como se gasta o nosso dinheiro

É do conhecimento público o fato de a empresa municipal Emunibasto ter adquirido um comboio turístico, que meses antes tinha servido para a campanha eleitoral autárquica do PS.

Analisada a situação, verificámos o seguinte:

1- A Emunibasto adquiriu, por ajuste direto, em 31 de Dezembro de 2009, a Maria Alice Teixeira Araújo de Sousa, um comboio turístico, pelo valor de 41.666,76 €, conforme se pode consultar na plataforma “Despesa Pública”. (Anexo I)

2- A Emunibasto regista, a págs. 40, do Relatório de Prestação de Contas de 2010, que realizou a aquisição de “outros equipamentos, no valor de 48.583,33 €, na aquisição de equipamento de apoio à atividade turística (comboio turístico)”. (Anexo II)

3- Desde logo, os montantes registados nos dois documentos não são iguais.

4- Não obstante o detalhe dos dados constantes do Relatório de Prestação de Contas de 2010, com números para tudo, desde os utentes do posto de turismo “às voltinhas a cavalo”, e mais de meia centena de fotografias, nem uma única palavra ou foto para a atividade da novel aquisição. Pelos vistos, o comboio turístico não foi tido nem achado nas atividades da Emunibasto, em 2010, pelo que a utilidade da sua aquisição fica por demonstrar.

5- Verifica-se ainda, pelos dados do já referido Relatório, que a Emunibasto encerrou o ano de 2010 com um passivo de 567.501,28 €, sendo que 117.103,46 € corresponde a remunerações a pagar e 41.735,37 € a fornecedores a regularizar.

6- Registam-se ainda valores que exigem análise e explicação política. A Emunibasto gastou 1.403.829,84 €, com pessoal, e recebeu da Câmara Municipal, através do contrato-programa o montante de 2.042.649,35 €.

7- Verifica-se, assim, que 69% do valor transferido para a Emunibasto é gasto com pessoal, o que pode pressupor uma forma encapotada de reduzir as despesas correntes nas contas da câmara.

Os portugueses e, concomitantemente, os Cabeceirenses vivem uma época de grandes dificuldades.

Muitos dos problemas devem-se ao gastar, sem pensar no futuro.

Recorre-se ao endividamento, recorre-se ao aumento de impostos, recorre-se ao aumento das taxas e demais encargos.

Porém, é tempo de olhar para a forma como é gasto o nosso dinheiro, o dinheiro dos nossos impostos, o dinheiro que nos é cobrado pelos serviços públicos que nos são prestados.

Exige-se, cada vez mais, rigor e proveito na forma como se gasta o nosso dinheiro.

Cabeceiras de Basto, 16 de Novembro de 2011

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