segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Enfim, o debate começou!


No ano passado, a 12 de dezembro, o PSD apresentou uma proposta para que a Câmara promovesse o estudo e o debate que se tornava necessário, depois de ter sido lançado a nível nacional o processo de reforma da administração do território.
Finalmente, o debate começou!
A Câmara, ao fim de onze meses, sempre reconheceu que fazia falta uma sessão de esclarecimento. Isto depois de já estar definida uma proposta pela Unidade Técnica da Assembleia da República.
Ainda bem que o fez, mostrando que se podem discutir todos os assuntos sem alvoroço, ao contrário do que tinha sido expresso na reunião da Câmara.
Estiveram presentes o presidente e o vice-presidente da ANAFRE, Associação Nacional de Freguesias, os quais deram importantes contributos para a análise e discussão do tema, independente da posição crítica quanto à forma como decorre esta reforma.
Ficou claro que os estudos necessários e as eventuais propostas que dele resultassem cabiam aos órgãos autárquicos, às populações e nunca aos partidos.
Por isso, o PSD, ao contrário de outros, nunca quis partidarizar uma reforma que, independentemente da forma como foi lançada, foi reconhecida como necessária pelos representantes da ANAFRE.
Esta reforma deveria começar de baixo para cima, ouvindo os cidadãos, os fregueses, os órgãos da freguesia, a Assembleia e a Junta de Freguesia.
O vice-presidente da ANAFRE referiu até que na sua freguesia fez uma consulta aos seus concidadãos e depois os órgãos autárquicos decidiram.
Aqui os Cabeceirenses foram ouvidos?
NÃO!
Aqui ninguém ouviu ninguém.
Até os Presidentes de Junta assumiram uma decisão na Assembleia Municipal, sem que tenham consultado a população, nem tão pouco a Assembleia de Freguesia. E a única que o fez, Vila Nune, até teve de retirar a sua proposta da sessão da Assembleia Municipal. Quando se fala de legitimidade, de processo mal conduzido, o que dizer disto?
O PSD sempre assumiu uma proposta clara e objetiva: exigir o estudo e o debate desta reforma com os legítimos interessados, os Cabeceirenses.
Ao contrário, o PS recusou qualquer estudo, qualquer proposta e muito menos deixar a decisão na mão dos Cabeceirenses.
A Câmara e a Assembleia Municipal decidiram, respetivamente em dezembro e julho, não se pronunciar nos termos da Lei, exigindo a manutenção das 17 freguesias.
Sobre esta questão, o vice-presidente da ANAFRE foi claro, a única exigência era a percentagem de freguesias a agrupar. Caberia à Assembleia Municipal definir quais as freguesias a agrupar.
Dizia o presidente da ANAFRE que os autarcas deveriam ter um papel pró-ativo. Por cá ficamo-nos apenas pela postura do contra, como denunciámos já em dezembro do ano passado.
Nesta sessão, foi importante o esclarecimento do presidente da ANAFRE quanto ao conceito de lugar urbano, clarificando a confusão criada em torno da realidade das freguesias de Refojos, Painzela e Outeiro; a questão da lei do financiamento das freguesias; as competências das freguesias e a relação destas com as câmaras.
Registamos, por fim, uma questão que a todos nos deve fazer refletir: há quem defenda a manutenção do atual modelo de organização do território e de funcionamento das autarquias, para preservar a identidade, a cultura, a proximidade.
Porém, todos reconhecem a acentuada desertificação, o envelhecimento da população, a falta de meios para satisfazer as necessidades do interior.
Ora esta é uma consequência da organização que temos de há muitos anos a esta parte e seguramente não resolveremos os problemas com uma solução que está na origem desses mesmos problemas.
Como sempre dissemos e propusemos, é necessário um estudo das condições existentes, um estudo sério, rigoroso, independente e sustentado.
É necessário ouvir os fregueses de cada uma das freguesias, em face do estudo elaborado.
Exige-se que se ponham de parte os interesses partidários e pessoais, para que os interesses de Cabeceiras e dos Cabeceirenses sejam efetivamente valorizados.
Nós procurámos que assim tivesse sido.
Temos esperança que se tenha iniciado esse processo.
Não foi por não termos estado presentes, não foi por não termos dado o nosso contributo, não foi por não assumirmos as nossas responsabilidades.
A reforma da administração do território não está concluída, mas ainda bem, porque permitirá superar os erros que aqui apontamos.
O PSD continuará a defender as freguesias do concelho, mas promoverá sempre uma cultura de diálogo, de negociação, de participação, uma postura democrática e de liberdade, porque confiamos no bom senso dos Cabeceirenses!



Cabeceiras de Basto, 26 de Outubro de 2012
Gabinete de Comunicação da Secção do PSD

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