Decorreu, hoje, a Sessão Solene da Assembleia Municipal das comemorações dos 40 anos da Revolução dos Cravos. Duarte Nuno Bastos foi o primeiro orador desta sessão, tendo captado desde logo a atenção de toda a assembleia de munícipes.
A intervenção foi a seguinte:
Há 40 anos atrás fazia-se Abril.
Celebramos 40 anos de democracia e, permitam-me, comemoram-se 40 anos de
Partido Social Democrata.
Celebrar Abril não é apenas
comemorar um dia. Celebrar Abril é assinalar o início de uma dinâmica nova para
o desenvolvimento de um país, uma dinâmica nova para a vida das pessoas. O PSD,
tal como outros partidos e protagonistas democráticos, esteve sempre presente
neste processo de consagração do sistema democrático parlamentar ocidental.
A este propósito, deixem-me
recuperar um episódio da democracia local, que embora não tenha vivido, ilustra
bem a atitude inspiradora de Abril.
Em 76, a Câmara Municipal foi
conquistada pelo PS, por cerca de 100 votos de diferença para o PSD. A
Assembleia Municipal de então foi presidida pelo PSD que detinha maioria neste
órgão.
Este cenário antecipava uma
governação difícil, não fora uma atitude responsável e de respeito pela vontade
dos eleitores. O PSD local fez oposição responsável que, quem sabe, talvez lhe tenha
valido a vitória em eleições seguintes. Já fomos ativos no governo local; somos
agora, de novo, oposição responsável. Agora, como então, colocamos o interesse
comum na linha da frente da nossa atuação. Agora, como então assumimos uma
posição SERENA, COERENTE e RESPONSÁVEL. Estamos onde sempre estivemos: na
defesa de uma sociedade justa e meritocrática. Uma sociedade de Abril.
Pertenço a uma geração pós 25 de
Abril, que não viveu nem sofreu com os tempos de ditadura e de ausência de
liberdade. Pertenço a uma geração que não conhece outra coisa senão a
Liberdade. E como é bom viver em liberdade.
Fomos educados por aqueles de
fizeram Abril. Partilhamos, portanto, dos mesmos valores, respeitamos os mesmos
princípios. Enfrentamos, porventura, desafios semelhantes: “a Paz, o Pão,
Habitação, Saúde, Educação”, cantava Sérgio Godinho. Anseios bem atuais, bem
presentes no nosso dia-a-dia.
Mas não duvidemos, somos uma geração
preparada, com uma visão própria, com uma atitude nova. Somos uma geração que
quer e DEVE assumir os seus destinos, fazendo a ponte entre a revolução de
Abril e o futuro.
Devemos muito aqueles que nos
educaram. Devemos muito a Abril. E queremos fazer-lhe justiça. Queremos
perpetuar os valores de Abril, contagiando outros jovens, os mais novos,
valorizando os seus méritos e chamando-os à participação.
Temos o desafio de aprofundar o pensamento
de Abril, diversificá-lo, para conseguir uma resposta concreta, assertiva e
certeira a novos modelos sociais. Um espírito renovado de Abril que conta com
todos, mais velhos e mais novos.
Dizia Zeca Afonso: “Vejam bem, que
não há só gaivotas em terra, quando um homem se põe a pensar”. E tudo o que
houver “a mais em terra”, devemos contorná-lo, combatê-lo e trabalhar até à sua
exaustão, para que a sede franca de sermos cada vez melhores saia vencedora.
Disse.
Duarte Nuno Bastos
Gabinete de Comunicação e Imagem da Secção do PSD
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