Nos
últimos anos os portugueses viveram a fantasia de um País adiado, por falta de
coragem política e de sentido de Estado de quem nos embalou num sono de que
muitos teimosamente não querem acordar.
É
fácil identificar as causas e os causadores da letargia em que o nosso País se
encontra, mas não basta fazer o diagnóstico, é preciso ação e coragem para
empreender uma dinâmica reformista para bem de nós todos.
Se,
por um lado, o nosso País está “acantonado” entre um acordo internacional que é
imperioso cumprir e um “país real” em verdadeiro estado de emergência económica
e social, por outro esta é a altura em que se exigem medidas que não só nos
relancem na rampa do crescimento económico e da estabilidade social, como criem
condições para que não mais vivamos período como este.
A
administração pública, os seus funcionários e agentes, não são o rosto do
culpado, nem podem ser o bode expiatório, mas têm que ser o primeiro a avançar
e o exemplo a seguir.
É esta
exemplaridade que se exige a quem hoje desempenha funções públicas e tanto se
exige a quem foi mandatado para governar, como a todos quantos são pagos com o
erário público para executar tarefas públicas.
Os
autarcas e as autarquias sempre souberam estar na primeira linha do espírito
reformista e a história está repleta de situações em que Freguesias e
Municípios souberam dar o mote e se empenharam na construção de um País melhor.
Hoje
como no passado exige-se esse mesmo sentido de responsabilidade quando se pede
cada vez mais e melhor proximidade aos autarcas locais, mais e maior atenção às
populações que servem, que cada vez mais precisam desses mesmos autarcas.
A
reforma a que todos somos convocados a participar não pretende diminuir essa
proximidade, não pressupõe uma menor necessidade desse verdadeiro amortecedor
social, nem significará desconsideração por todos quantos se entregam a esse
exercício de cidadania.
O que
se pede aos autarcas, nomeadamente aos das Freguesias, é mais um exercício de
patriotismo, que adiram ao espírito reformista em curso, fazendo cada vez mais
com cada vez menos.
O
Presidente da Comissão Política Distrital de Braga do PSD
Paulo
Cunha
in: Diário do Minho, 18/10/2011
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